No último dia em que se deixou escapar pelas mãos
Se fez matriarca de sua sinaComo se desde menina,
Soubesse que a teria.
Botou no mundo e acalentou
No último dia em que te deram a mão
Ela soltou. Foi esquiva e só.
Não que não quisesse companhia
Mas de assombração já herdará
Sua sombra, seus passos
Já bastava ser mais de uma
Quando conseguia ser tantas
Guias
Tantas líricas, tantas elas, tantas lentes
Multifacetada, multiatarantada
Descobriu que só sobreviveria
Por meio da contemplação, da transcendência
Da reinvenção do cotidiano
No último dia de sua vida, ainda poetizava
Sobre a última hora de um dia qualquer.
- Michelle Saimon, No último dia
- foto: @thais.rosa.1
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